Meu nome é Fogo/pêemes

“Eu não vi nada, depois me contaram, eu tava na aula naquele dia, naquela hora. O meganha deu um safanão na minha mãe. Aquele covarde. Saiu sangue. Puxou ela pra fora, ela era bonita, sarada, como eu disse. Meu pai tava na construção, trabalhando. Quando mãe chegou lá fora de casa, puxada, os outros, aqueles pêemes, juntaram e começaram a bater nela, na pura covardia, minha mãe no chão, deram chute até não valer mais, em tudo quanto é canto dela. Antes, ela tinha gritado com o primeiro: ‘Covarde! O quê que eu fiz?’. Nem teve resposta, só pancadaria. Caiu. Posso parar de contar essa parte?”


(H. A., Meu nome é Fogo.)