“Em silêncio caminhamos, atamos ou tentamos desatar velhos laços, elos, incêndios. Olho seus lábios – foram três ou quatro beijos?, desvio o olho para os seios, encobertos, pássaros felizes, mangas maduras, nunca, nunca. Que belo vestido. Atrás, o impossível repousa. Você continua o mesmo. Ninguém me olha assim, nunca olhou, leio o que pensa e cala. Mas não entendo você. Sei que desse olhar amoroso não haverá colheita. Enigmas de Laura, as crianças correm, felizes, inocentes, ficamos a sós na alameda sombria. Ainda há chama. O tempo não me protege contra os tiros do amor. Que força tem o meu freio?”
(H.A., Vale das ameixas.)