Caio Junqueira Maciel/Vale

“Há um trecho no romance Vale das ameixas, de Hugo Almeida (Editora Sinete, 2024), em que o narrador adverte: ‘Um romance é um buraco negro que suga tudo. Mas ilumina a vida’. Grande verdade. […] Contrastando com a guerra, há o núcleo amoroso do livro. As intertextualidades comparecem para sublinhar o tema: […] diz que é homem do amor, ouvintes, e não homem da guerra. ‘Nessa passagem radiofônica de A rainha dos cárceres da Grécia, vejo que Osman Lins fez paráfrase de uma fala de Antígona, de Sófocles: Eu não nasci para partilhar de ódios, mas somente de amor! Ou, talvez, da frase original, que é de Homero, na Ilíada: Dione, com a filha Afrodite (ou Vênus) ferida no colo, lhe diz ter sido feita para combates de amor, não de guerra.’ A temática amorosa aponta para os instantes mais líricos e eróticos do romance, em que Timo evoca suas várias amadas, como Laura: ‘Laura, Laura, Laura. Sim, sim. Luz, poema vivo’.”

(Caio Junqueira Maciel, “A polonaise de Hugo Almeida no Vale das ameixas”, Baía da Lusofonia.)


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