“Domingo, seis da tarde, é sempre muito triste, não é? Ainda mais, longe de você. Estou com uma amiga do xará, Bel, uma professora de dança muito incrível. Ela foi à praia, que fica a uma hora daqui, volta amanhã cedo. Eu preferi ficar trabalhando num livro, um projeto antigo. Isso é outro assunto. Quero falar agora é que sua alma me apanhou, aqui no quarto, hoje de tardinha. Saí caminhando por aí – moro quase no centrão, perto de uma praça que é um monte de cimento para os carros passarem embaixo. Eu saí tontinho, como falei, sem direção.”
(René, personagem de Mil corações solitários, de H.A., em carta à mãe, Níobe.)