“Embora não traga um texto específico sobre o sagrado, O fiel e a pedra, de Osman Lins – O Nordeste de 30: entre a tradição clássica e o romance moderno (Hucitec, 2021), volume de ensaios organizado por Sandra Nitrini, alguns dos quinze autores do livro fazem referência ao tema direta ou indiretamente. Entre eles, Álvaro Cardoso Gomes, em “A reconstrução do reino” (p. 105): “…o autor revela, por meio de construtos poéticos, uma profunda identidade entre o ser humano e a natureza, o que serve para afastar a ideia de que a paisagem, em O fiel e a pedra, é mero espaço decorativo e exótico, ou pano de fundo do romance. Pelo contrário, a Natureza tem vida ou, se se quiser, uma alma”. A palavra alma é recorrente no romance, como mostram Gomes e outros ensaístas, alma não apenas da natureza, mas também das pessoas. Outras palavras frequentes são espírito e Deus, além de sino e sinos, não somente de igrejas, que repicam ao longo do romance, sempre em momentos capitais.”
(H.A., A voz dos sinos.)