“Sono, sonho – romance. Uma arquitetura, não decoração interna. Gente, personagens – nós. Alguma virtude, mais vícios. Literatura, pássaro livre. Nós de nós. Como desatar? É possível? Preciso? Romance não é outdoor: olhou, entendeu. Partida de xadrez também não. Cintila significados. Uma história da qual o leitor deve participar, navegar no texto e descobrir as elipses, o que o autor disse, mas não escreveu. História que cative e convença. Quase como a própria vida. Thomas Mann emprestou um romance de Kafka a um certo Albert Einstein, que o devolveu: ‘Não consigo acompanhar; o espírito humano não é tão complexo’. Outra face da relatividade.”
(H.A., Vale das ameixas.)