Prêmio Nobel/Brasil

“Uma injustiça: do Brasil por enquanto nenhum, não por ausência de valores. Se dessem de novo um Nobel póstumo, o primeiro seria do Machado. A fila não é pequena: Bandeira, Euclides, Graciliano, João Cabral, Lins, Lispector, Mário, Rosa. Que cada um lembre seus autores amados. Por que não em vida? Grande barreira: a língua. Português, idioma ainda pouco traduzido. Drummond por duas vezes seria apresentado candidato. Dissuadiu o amigo que levaria seu nome à Real Academia. Ameaçou romper a amizade. Respeitemos o recato do poeta. Ficou para Saramago o primeiro de língua portuguesa. Por que não Pessoa? Apenas um livro em vida. O idioma. Seria outro póstumo. Quando ganharmos o primeiro será uma alegria amazônica, meus irmãos. Já disse que tenho o coração dividido.”


(Harley, o Timo, personagem de Vale das ameixas, de H.A.)