“Poucos escrevem como um arquiteto constrói: primeiro esboçando projeto e considerando-o detalhadamente. A maioria escreve da mesma maneira com que jogamos dominó. Nesse jogo, às vezes segundo uma intenção, às vezes por mero acaso, uma peça se encaixa na outra, e o mesmo se dá com o encadeamento e a conexão de suas frases. Alguns sabem apenas de modo aproximado que figura terá o conjunto e aonde chegará o que escrevem. Muitos não sabem nem isso, mas escrevem como os pólipos de corais constroem: uma frase se encaixa em outra frase, encaminhando-se para onde Deus quiser. A vida da ‘atualidade’ é uma grande galopada: na literatura ela se manifesta por sua extrema frivolidade e desleixo.”
(Arthur Schopenhauer, A arte de escrever.))