Frases e trechos de livros de Hugo Almeida
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“Nossa Senhora do Ó, origem do nome do bairro, é também uma diminuta igreja barroca do século 18 em Sabará, Minas, estado de ferro, nascimento e fé de meu bisavô, escritor de algum mérito. Metido a artista, na juventude chegou a desenhar, a lápis, aquele pequenino templo, magrinho, uma porta só, duas folhas. Guardo o papel, cópia fiel da igrejinha do Ó.”
(H.A., “Ó”, Cinquenta metros para esquecer.) -
“No capítulo IX, ‘A despedida’, de Albert Camus e o teólogo, Howard Mumma relata que o autor de O estrangeiro, considerado ateu, estava prestes a rever sua posição.”
(H.A., “Além da literatura. Além”, de A voz dos sinos.) -
“No dia do casamento, o pai de Marya chama o sogro da filha de lado e lhe diz: Você terá em Marya uma filha digna de toda a afeição. Desde que veio ao mundo, nunca me causou o menor desgosto.”
(H.A., “Amor radioativo”, de Certos casais.) -
“As palavras que ouço não compreendo com clareza, mas me vêm como lamentos de um casal sofrendo no leito algum dia de prazeres, alegrias, sonhos e ilusões, sofrimento do qual – estou certo – também sou culpado…”
(H.A., Vale das ameixas.) -
“Os casais [em Avalovara] veem e sentem o corpo do parceiro e o da parceira como se fossem templos. Ajoelham-se diante deles nos momentos de comunhão completa.”
(H.A., A voz dos sinos.) -
“Eu, Expedito Neto, não conheci meu pai. Quando aconteceu o que aconteceu com ele, eu ia completar um ano. Quando vejo fotos do papai com um bebê (eu) no colo, me dá uma coisa doída no peito. E tento não chorar.”
(H.A., Porto Seguro, outra história.) -
“(Minha mãe, quantos sóis e quantas luas já rolaram
sobre a tua ausência?
Quão doce era o teu seio
e meigo o coração!
Nem sequer um dia deixei
de murmurar teu nome.)”
(H.A., Vale das ameixas.) -
“Não pretendo defender o ponto de vista de que Osman Lins fez apologia do sagrado com a literatura. Não. O sagrado em sua obra coexiste com os tormentos da vida na Terra.”
(H.A., na apresentação de A voz dos sinos)