Corações solidários

Comentários de leitores de H. A.

  • “A maneira como descreveu o site – como uma tentativa de rede silenciosa, de ecos e encontros – revela não apenas sua visão sobre a literatura, mas também sua generosidade como leitor e autor. É raro encontrar alguém que compreenda tão finamente a intenção que pulsa por trás de um gesto literário.”

    (Lara Passini Vaz-Tostes, autora de Mitos investidos e O lugar que não existe [mas sou eu].)

  • “Oi, Hugo, só agora [julho de 2025] consegui acabar de ler o seu livro sobre Osman Lins [A voz dos sinos]. Gostei muito de seguir o seu olhar tão próximo e carinhoso a respeito do autor e da obra, perseguindo os temas por toda a obra e trazendo outras leituras críticas. Esse último semestre foi bem corrido e de bastante trabalho.”

    (Paula Barbosa, professora, São Paulo.)

  • “Esta novela de Hugo Almeida – escritor talentoso, autor de diversos livros – narra a aventura de um engenheiro construtor de estadas e de cais. Trata-se, no caso, de abrir uma estrada, ainda de terra, para ligar Porto Seguro ao restante do país, e de proteger a cidade do avanço do mar. Trabalhos feitos com machados, picaretas, enxadas, pás e lombo de burros, num tempo ainda de poucas máquinas.

    As aventuras são narradas pelo neto do engenheiro responsável pelas obras. Na narrativa convive um cruzamento de memórias (contadas pelo avô) e da imaginação (trabalho literário do neto). A estrutura da novela se organiza no ritmo e no processo das construções. O leitor convive, assim, com duas tarefas: a do engenheiro e a do escritor.

    A linguagem clara, quase transparente, e ainda assim sensível ao pitoresco regional e de época, informa os passos desses dois trabalhos e faz sobressair justamente o valor do trabalho.”

    (Valentim Facioli, na orelha de Porto Seguro, outra história, de H.A.)

  • “Contos estranhos, diferentes. Verdadeiros pedaços de vida, vivos, quentes. O que mais me impressiona, em todos eles, é o autor que está por detrás deles. E como sabe escrever!”

    (Octavio de Faria, em carta a H.A. sobre seu livro de estreia, Globo da morte, 1975.)

  • “Hugo é um escritor refinado, de maneira que é preciso mantermos a atenção ao que escreve, isso nos é exigido claramente. Nada mais justo do que dedicarmos nosso tempo a uma obra de arte, que certamente levou tempo para ser elaborada. Percebemos um trabalho apurado para conciliar forma e conteúdo e isso é raro em um escritor. O primeiro conto, ‘O sono do vulcão’, é uma paulada. Já a primeira frase nos causa espanto: ‘Deus fez o mundo à toa?’, provoca o narrador. Pronto, já basta para ficarmos presos à trama.”

    (Whisner Fraga, “Certos casais – as variantes da intimidade”, em Acontece nos Livros.)

  • “Original, versátil, polifônico e de esmerada construção verbal, Mil corações solitários, quase quatro décadas após conquistar o prestigiado Prêmio Nestlé de Literatura de 1988, reeditado em boa hora pela Sinete, confirma o talento de um autor e a qualidade de uma escritura arrojada e de rigor estilístico, mantendo-se atualíssima e incontornável como verdadeira obra de arte em língua portuguesa.”

    (Ronaldo Cagiano, no posfácio “Um romance ousado e singular: simbiose entre História e Linguagem” da 4ª edição de Mil corações solitários, romance de H.A., a sair em julho de 2025, pela Editora Sinete.)

  • “Jogada num casamento abusivo que a deixa solitária, infeliz e sem saída, a personagem Níobe, recém-casada, escreve cartas para a mãe, o que continua a fazer até mesmo após tornar-se órfã. O destino dos filhos de Níobe – René (tão edipiano) e Ana (Freud a explica) –, que sobrevivem marcados pela união distópica de seus pais, se conecta, cada um à sua maneira, com o nunca dito – o mal-dito –, que precisa ser decifrado, da solidão da família.”

    (Ana Cecília Carvalho, escritora e psicanalista, na orelha da 4ª edição de Mil corações solitários, romance de H.A.)

  • “O que importa não é o autor, não são seus problemas íntimos, mas a forma pela qual este autor observa, de um ponto afastado, as misérias alheias e coletivas. As misérias – cumpre dizer – de personagens solitários, sempre tentando abrir portas proibidas, sempre desesperadamente sedentos de alguma coisa (amor, solidariedade, justiça, sexo, esperança), e sempre massacrados por um mundo espedaçado e frio no qual suas vidas giram sempre, como se estivessem no interior de um perigoso globo da morte.”

    (Luiz Fernando Emediato, na orelha de Globo da morte, de H.A.)