Comentários de leitores de H. A.
-
(Osman Lins, em carta a H.A. em janeiro de 1976.)
“O mínimo que posso dizer é que o seu livro [Globo da morte] desperta grandes esperanças e que você me parece um dos poucos autores novos em cujo futuro pode-se apostar.”
-
(W. J. Solha, escritor, ator [O Som ao Redor], artista plástico, autor do romance Israel Rêmora e vários outros livros.)
“O que eu acho vital em qualquer obra de arte Hugo tem: humanidade.”
-
(Caio Junqueira Maciel, “A polonaise de Hugo Almeida no Vale das ameixas”, Baía da Lusofonia.)
“Há um trecho no romance Vale das ameixas, de Hugo Almeida (Editora Sinete, 2024), em que o narrador adverte: ‘Um romance é um buraco negro que suga tudo. Mas ilumina a vida’. Grande verdade. […] Contrastando com a guerra, há o núcleo amoroso do livro. As intertextualidades comparecem para sublinhar o tema: […] diz que é homem do amor, ouvintes, e não homem da guerra. ‘Nessa passagem radiofônica de A rainha dos cárceres da Grécia, vejo que Osman Lins fez paráfrase de uma fala de Antígona, de Sófocles: Eu não nasci para partilhar de ódios, mas somente de amor! Ou, talvez, da frase original, que é de Homero, na Ilíada: Dione, com a filha Afrodite (ou Vênus) ferida no colo, lhe diz ter sido feita para combates de amor, não de guerra.’ A temática amorosa aponta para os instantes mais líricos e eróticos do romance, em que Timo evoca suas várias amadas, como Laura: ‘Laura, Laura, Laura. Sim, sim. Luz, poema vivo’.”
-
(Francisco de Morais Mendes, na quarta capa de Certos casais.)
“O erotismo irradiará de uma narrativa a outra, do mesmo modo como transitam as personagens destas histórias. O conjunto ganha uma textura de romance sem perda da autonomia e da consistência dos contos.”
-
(José Carlos Garbuglio, na orelha das três primeiras edições de Mil corações solitários.)
“Romance de atmosfera densa e opressiva, Mil corações solitários, de Hugo Almeida, fecha suas personagens em círculos estreitos, quer no sentido físico quer no sentido moral, para tirar partido dos atritos e desgaste a que se submetem. À medida que seu jogo se transforma em luta para escapar da pesada carga ambiente, pejada de imposições e limitações, desdobram-se os caracteres e as desilusões. […] A multiplicidade de perspectivas, facultada pela variação do foco narrativo, permite um enriquecimento notável do romance. […] É preciso acrescer ainda a presença de uma linguagem amadurecida e forte, a boa capacidade de efabulação.”
-
(Eliane Faccion, na orelha de Em teu seio Liberdade.)
“Vejo no Em teu seio Liberdade [1985] o testemunho de um escritor sobre as nossas ‘ficções’ do dia a dia. O mais importante, contudo, é a capacidade de indignação que ele nos transmite, com finura e sabedoria. Avesso aos clichês, Hugo Almeida persegue o fio de nossa humanidade, tão agredida pela demolição das referências, pela exacerbação do individualismo.”
-
(Harley Farias Dolzane, na orelha do ensaio livre de H.A.)
“A voz dos sinos é uma contribuição valiosa para os estudos literários brasileiros, especialmente no ano [2024] do centenário de Osman Lins. Este livro celebra o talento do escritor e inspira uma nova geração a explorar a riqueza e a profundidade de sua obra.”
-
(Renan Barros, autor do romance Ermo e Solidão.)
“Li seu último romance, Vale das Ameixas. Gostei muito! Que começo impactante e que homem complexo é o Timo! Sem dúvida, a estrutura narrativa é desafiadora, mas isso só torna o livro ainda mais interessante. Ainda tenho de ler o seu ensaio a respeito de Osman Lins (está na minha lista de leituras). Eu li A Rainha dos Cárceres da Grécia, como me aconselhou. De fato, uma leitura complexa e excelente.”