Citações para jovens escritores
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“A mentira não recua diante do trágico. Do mesmo modo que a sociedade total não suprime o sofrimento de seus membros, mas registra e planeja, assim também a cultura de massa faz com o trágico. Eis por que ela teima em tomar empréstimos à arte.”
(Adorno/Horkheimer, Dialética do esclarecimento.) -
“Não é só da brevidade e da impressão total que surge a boa história ou conto. Anton Tchekhov exige nela ‘brevidade, e algo que seja novo’. E também força, clareza e compactação. Assim, o texto deve ser claro – o leitor deve entender, de imediato, o que o autor quer dizer. Deve ser forte – e ter a capacidade de marcar o leitor, prendendo-lhe a atenção, não deixando que entre uma ação e outra se afrouxe esse laço de ligação. O excesso de detalhes desorienta o leitor, lançando-o em múltiplas direções. E deve ser compacta – deve haver condensação dos elementos. Tudo isso com objetividade.”
(Nádia Battella Gotlib, Teoria do conto, recém-reeditado pela Autêntica, ampliado com novos capítulos.) -
“livre-arbítrio, meu amigo, deus é silêncio e discrição”
(Whisner Fraga, O privilégio dos mortos.) -
“Outro depoimento da extraordinária humanidade de Mário? ‘É preciso acabar com esse individualismo orgulhoso que faz de nós deuses e não homens. Hoje sou muito humilde. Meu maior desejo é ser homem entre os homens. Transfundir-me. Amalgamar-me. Ser entendido. Sobre tudo isso.”
(Maria de Lourdes Teixeira, “Autorretrato de Mário de Andrade”, Esfinges de papel.) -
“O calendário é uma rede no ar, o calendário caça o ar como se existissem borboletas de ar. Veja: o barqueiro segue o rio, da cabeceira à foz. Segue e está presente, no curso da viagem, em todos os pontos do percurso. Pode, em momentos privilegiados, ter a visão simultânea – não da viagem toda: a tanto não alcança – de alguns segmentos da viagem. Incursões.”
(Osman Lins, Avalovara.) -
No dia 8 de maio, uma quinta-feira, H.A. vai participar da Bienal Mineira do Livro deste ano de 2025, ao lado de Nádia Battella Gotlib, na mesa “Clarice Lispector e Osman Lins: memória e influências”, com mediação da escritora e psicanalista Ana Cecília Carvalho. Será no Centerminas Expo, no auditório Riobaldo, a partir das 15 horas.
(Veja aqui a programação da Bienal do Livro, de 3 a 10 de maio, em Belo Horizonte.) -
A Bienal Mineira do Livro, que neste ano de 2025 homenageia Guimarães Rosa, será de 3 a 10 de maio, no Centerminas Expo, em Belo Horizonte. No dia 8, quinta-feira, a partir das 15 horas, no auditório Riobaldo, H.A. vai participar da mesa Clarice Lispector e Osman Lins: Memória e Influências, com Nádia Battella Gotlib. A mediação será da escritora e psicanalista Ana Cecília Carvalho.
(Acesse o site da Bienal aqui.) -
“Mário de Andrade é dos grandes e marcou com seu espírito, de maneira profunda, as letras e as artes tanto paulistas como brasileiras. Sua admirável personalidade abrange um âmbito ainda não alcançado por outra em nossa terra. Feliz amálgama de dons intelectuais e artísticos bem como de qualidades humanas muito pessoais, Mário foi um centro de convergência de iniciativas, admirações, estímulos, influências e amizades que se irradiou em atuação permanente até o fim de sua vida e que ainda perdura. Exercendo a crítica, fazendo poesia, romance, conto e ensaio, tanto se empenhando no campo da música, das artes plásticas como das letras, foi um dos pontos mais altos da inteligência de São Paulo e como tal deve ser estudado, já que de São Paulo está profundamente impregnada toda a sua obra, seja na ternura e na emoção, seja na persistência dos temas, seja na captação psicológica, seja na linguagem de que foi revolucionário e criador.”
(Maria de Lourdes Teixeira, “Planisfério da Ficção Paulista”, Esfinges de papel.)