Corações solidários

Comentários de leitores de H. A.

  • “Hugo Almeida, jornalista e doutor em literatura nacional, trouxe ao mundo um romance [Vale das ameixas, Editora Sinete] sociofamiliar em elevado estilo, muito bem urdido. Esbanja cultura multifacetada, riqueza retalhista sem tornar-se enfadonho. Em determinadas partes o leitor poderá pensar estar diante de um conto, dentro do ‘sistema’, como se fora metalinguagem. Apesar do seu grosso calibre, dada sua pena fluida, elegante, lê-se rapidamente. Reflexivo, ao seu término remanesce um sabor gostoso e pena por ter findado. Destaque-se também a riqueza editorial que ajuda a completar a obra. Muito bom!!”

    (Ralph Peter, Livros em Revista.)

  • “Essa obra [Vale das Ameixas, de Hugo Almeida (Editora Sinete, 2024)] constitui-se num puzzle narrativo, um verdadeiro monumento à linguagem, injustamente negligenciada pela crítica e mídia. Meticuloso como um ourives, o autor constrói uma história híbrida na forma e densa no conteúdo, destacando-se pelo seu vigor, carga semântica e metafórica e pela tensão de uma história, cujo enredo culmina num poderoso escrutínio das inquietações existenciais e metafísicas de seus personagens.”

    (Ronaldo Cagiano, escritor brasileiro residente em Portugal, autor de Eles não moram mais aqui, contos, Prêmio Jabuti 2016, e de vários outros livros, em “O que ficou fora do debate”, SP Review.)

  • “Tive o prazer de ‘triler’ Mil corações solitários e me diverti ainda mais. Muito legal essa mescla de assuntos colorindo a história e as vidas dos narradores (se fosse cinema, diria personagens). As cartas da Níobe são um show à parte.”

    (Jaime Pereira Silva, jornalista, São Paulo.)

  • Mil Corações Solitários é um livro raro: delicado sem ser frágil, rigoroso sem ser árido, emocional sem ser sentimentalista. Acredita no amor como forma de lucidez – e talvez seja essa a sua grande revelação.”

  • “Cebola que se despe e não amarga,

    Camadas do romance de Hugo Almeida,

    Raízes de carvalho e gameleira

    Tudo se conecta e se entrelaça.

    ***

    O que aparenta disperso se aclara

    nas cartas e na rede de Renês;

    pessoa parecida com parede;

    minas de verdades essenciais.

    ***

    Segregando nomes: Diana, Níobe;

    os centímetros cúbicos do universo;

    entranhas da humana cartografia.

    ***

    Na gama dos sentimentos e das épocas,

    jamais o olhar que destrua a alegria,

    mas a luz e a magia do convívio.”

    (Caio Junqueira Maciel, “Soneto desentranhado de Mil corações solitários”.)

  • “Finalizei a leitura do Mil corações… Que nome você escolheu pra personagem, hein? Níobe, nunca vi, nem ouvi, nada parecido. Que leitura ligeira. Que imaginação e criatividade para escrever cartas! Parabéns. Entendi por que o romance foi duas vezes premiado. Claro, mereceu sim uma nova edição.”

    (Marcelo Guedes Dupin, o “Zen”, técnico agrícola, geógrafo e escritor. Itambacuri-MG.)

  • “‘Ou se mergulha naquilo, ou larga de vez’, Hugo escreve logo no começo, que também faz referência ao fim de Mil corações solitários, desde o título do primeiro capítulo (‘É o fim’). Esse recurso lembra de certo modo a técnica jornalística, em que se procura resumir a história em duas ou três frases iniciais precisas e atrativas para conclui-la voltando-se ao começo, num movimento circular. O meio, que esconde o ‘segredo’, se compõe das vozes sem eco dos corações solitários, oprimidos. Como se a vida mesma só pudesse existir individualmente, dividida em seres independentes uns dos outros. A libertação do ‘cárcere’ só aconteceria com a morte do opressor. A linha temporal em que as personagens transitam não por acaso coincide com o período mais macabro da história recente do país, que, mesmo em meio à abertura política, continuou fazendo vítimas. Pelo menos uma das personagens, Ana, não conseguiu transpor o portal. Mas Mil corações solitários também faz rir em passagens até sarcásticas, como a que reproduz suposta notícia de jornal: ‘Coca-cola mata bebê’, frase que se refere a um acidente doméstico, mas que imediatamente nos leva a pensar nos riscos à saúde associados ao refrigerante.”

    (Celia Demarchi, jornalista, São Paulo.)

  • “Comecei a ler Mil Corações Solitários e estou encantada com o modo como a linguagem se move no livro – há uma força silenciosa nas entrelinhas, um ritmo que parece respirar junto do que é dito e do que fica por dizer. Sua escrita é distinta, instigante, feita de pausas e sutilezas que dão corpo à solidão humana com rara sensibilidade.

    Níobe, em especial, me impressionou. Há algo profundamente verdadeiro na forma como ela se expõe e se protege, como se cada carta fosse um espelho que revela o íntimo e o disfarce. É uma personagem que permanece – mesmo quando o texto se encerra, ela ainda pensa em nós.

    Parabéns pelo livro, pela coragem da forma e pela delicadeza com que faz a dor falar em voz baixa. É bonito ver uma escrita que não teme o silêncio, que confia na densidade da palavra.”

    (Lara Passini Vaz-Tostes, autora, entre outros livros, de Por Dentro, Onde Os Nomes Nascem, Mitos investidos e O lugar que não existe [mas sou eu]. Belo Horizonte.)